"Em cinco a 10 anos, não fará sentido contratar pessoas apenas para digitar código."
Durante décadas, programar foi sinônimo de inovação. Linhas de código ergueram os alicerces do mundo digital moderno e se tornaram símbolo de status, domínio técnico e poder de transformação.
Mas… será que esse cenário está mudando de forma irreversível? Com a ascensão da Inteligência Artificial (IA) e das plataformas low-code/no-code, começa a surgir uma dúvida incômoda entre nós, programadores: estamos prestes a testemunhar o fim de uma era? Ou ainda: devemos nos preocupar ou nos reinventar?
O avanço da automação está mudando as regras do jogo?
Nos últimos anos, ferramentas que antes pareciam auxiliares começaram a assumir protagonismo. Assistentes de IA estão escrevendo trechos de código complexos em segundos.
Plataformas visuais estão permitindo que pessoas sem formação técnica construam aplicações completas. Segundo a Gartner, até 2026, cerca de 80% dos novos aplicativos corporativos serão desenvolvidos com plataformas low-code ou assistentes de IA.
O que antes exigia equipes inteiras de desenvolvedores, agora pode ser feito em minutos por profissionais de negócios. Relatórios da McKinsey reforçam essa tendência: até 60% das tarefas de codificação realizadas hoje podem ser automatizadas.
Diante desse cenário, uma pergunta surge naturalmente: "ainda fará sentido contratar profissionais apenas para digitar código que uma máquina consegue gerar com mais velocidade, precisão e menor custo?"
Não é o fim da atuação direta do programador, Mas… Qual será nosso lugar?
"A Forrester projeta que até 2030, as funções centradas apenas em codificação manual estarão em declínio."Em contrapartida, papéis como arquitetos de soluções digitais, engenheiros de IA e estrategistas multi-cloud estarão entre os mais valorizados. Ou seja, a demanda tende a migrar para profissionais capazes de integrar sistemas, garantir governança, assegurar segurança em ecossistemas complexos e traduzir problemas de negócios em decisões tecnológicas estratégicas. E, a história mostra um padrão repetido...
"Mas ainda existem sistemas legados."
"As empresas sempre vão precisar de programadores."
"Nem tudo pode ser automatizado..."
O padrão se repete: tarefas operacionais são absorvidas pela automação, e a demanda se desloca para funções de maior valor cognitivo. A questão é: estamos no lado certo dessa transição?
Preocupação ou Preparação?
Para quem deseja se manter relevante nessa nova era, algumas ações podem fazer toda a diferença:
1. Desenvolva pensamento estratégico mais do que dominar sintaxe, frameworks ou libs, destaque-se pela capacidade de entender problemas de negócio, estruturar soluções e desenhar arquiteturas escaláveis.
Programadores que pensam como estrategistas têm muito mais espaço em um cenário automatizado.
Estude arquitetura de software, design de sistemas, governança e boas práticas de segurança — são áreas onde a IA ainda não substitui o raciocínio humano.2. Abrace a IA e o Low-Code como Ferramentas ao invés ver essas plataformas como ameaça, use-as a seu favor.
Ferramentas low-code e assistentes de IA podem acelerar tarefas repetitivas e liberar tempo para você se concentrar em decisões mais complexas.
Experimente copilots, plataformas low-code/no-code e ferramentas de automação para criar MVPs rápidos, protótipos e integrações. Torne-se quem orquestra — não apenas quem "escreve".3. Invista em competências transversais: a próxima geração de profissionais valorizados será composta por quem transita bem entre tecnologia e estratégia.
Habilidades como comunicação clara, documentação, product thinking, e conhecimento de nuvem são diferenciais reais.
Aprenda sobre multi-cloud, DevOps, segurança, User Experience (UX) e integração de sistemas. Quanto mais você conectar pontos, mais difícil será substituí-lo por um "script".4. Busque a aprender "rápido", tecnologias mudam em ciclos cada vez menores.
A capacidade de absorver e aplicar novos conceitos rapidamente é o maior ativo de um programador moderno.
Crie hábitos de estudo contínuo: acompanhe newsletters técnicas, participe de comunidades, contribua para projetos open source e mantenha um portfólio "vivo".5. Reposicione-se em uma cadeia de valor e pergunte-se honestamente: "se amanhã meu trabalho de codificação for 80% automatizado, o que me torna único?" A resposta a essa pergunta é o seu mapa de evolução profissional.
Busque papéis como arquiteto de soluções, engenheiro de IA, especialista em integração, estrategista de produto técnico ou líder técnico — funções onde visão humana é insubstituível. Talvez não estejamos no "fim" dos programadores… mas certamente estamos diante de um convite para evoluir.
Quem aceitar esse convite cedo, não apenas continuará relevante — como liderará a próxima onda.
"E, então? Você está se preparando para liderar essa transformação ou apenas torcendo para que ela demore a chegar?"
Fonte: Baguete
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